sexta-feira, 19 de junho de 2009

SUPERANDO DECISÕES PRECIPITADAS

SEMPRE QUIS CRESCER ! Esperei...


E o banco não me chamou. Fiquei nove meses desempregada.


Durante esses meses, não me lembro do que fiz. (gostaria de lembrar .) Vou investigar.

Também não me lembro se foi iniciativa minha ou se da minha mãe, recorrermos à
Rural e Colonização S.A. Como fui eu quem quis sair da empresa. Fui readmitida sem problemas em 01 de maio de 1977. Meu trabalho mudou um pouco, já passei a datilografar os contratos de compra e venda, dentre outras tarefas e deu pra aguentar um ano e sete meses.

Pedi demissão de novo e saí em 30 de outubro de 1978.

Naquela época, só havia uma forma de procurar emprego: nos classificados dos jornais, e foi o que eu fiz. Saí à luta. Ia sempre para o centro do Rio, porque em Nova Iguaçu, as oportunidades de emprego eram mais fáceis em lojas e eu não queria aquilo. Além de já ter adquirido alguma experiência.
Depois de vários testes, fui chamada para trabalhar como Recepcionista/Telefonista na Porto Nazareth S.A. - Corretora de Seguros. Era uma empresa bem diferente da que eu conhecia. Uma empresa bem maior, muito bem organizada o que nos "obriga" a buscar aperfeiçoamento e conhecer o que postura mais profissional. Alguns telefonemas eu tinha que atender em ingles. Calma! Somente frases básicas e específicas para atender e passar a ligação para o setor solicitado.

Mas, eu de recepcionista?! Dá pra imaginar. Trabalho calmo e previsível: atender telefone, receber pessoas (faço os dois muito bem), datilografar algum documentos, ou atualizar as fichas onde eram anotados os telefones e mais nada.
Eu queria mais.

Como eu havia aprendido a lição com a experiência anterior. Não pedi demissão antes de ter outro certo. Novamente lá estava eu nos classificados de emprego; dessa vez encontrei Auxiliar de Escritório no Camping Clube do Brasil. Minha carteira havia sido assinada na Porto Nazareth no dia 15 de fevereiro de 1979 e a saída dia 27 de março de 1979. Mas, desta vez comecei no mesmo dia no novo emprego.
O Camping Clube do Brasil, também era uma empresa de grande porte, atuava em todo Brasil, comecei como Auxiliar de Escritório e secretaria do advogado da empresa, datilografava as petições assim como todo e qualquer documento elacionado aos processos. Depois passei para o Setor de Departamento Pessoal, hoje a área administrativa do Recursos Humanos. Era responsável pelos cartões de ponto, e toda burocracia de admissão e demissão. Mais tarde fiquei como responsável por toda folha de pagamento de todo Brasil. Gente! Imaginem todo esse serviço feito em máquina de escrever e calculadoras, que na época chamávamos de máquina de somar. Eu fazia todos os cálculos, descontos das faltas, INSS, FGTS, IRPF, Salário família, férias, etc. Datilografava a folha de pagamento, depois datilografa os envelopes dos salários. Era uma trabalheira. Não é como hoje na era da tecnologia onde tudo é automatizado. Mas, eu fazia tudo muito bem.

Meu chefe o
Sr. Austério, era um gaúcho magrão, dentuço, muito "manero"; que se "amarrava" em mim e no meu trabalho. Daí, ele nem ligava por meu jeitão brincalhão, moleque, leve e muito feliz de levar a vida que era muito evidente em mim nessa época. Sempre executei meu trabalho com responsabilidade e lisura. Consegui unir descontração com disciplina, adcionado com o que eu aprendi com minha mãe:

- Se é para fazer, que faça bem feito.


Era um ambiente muito legal, eu sempre muito palhaça, fazia todo mundo rir. Fiz muitos amigos lá... Nós funcionários podíamos ir sem custo a todas as festas promovidas pelo Camping Club. para todos os sócios. Lembro-me de uma delas foi em junho, inverno no Rio de Janeiro e fazia parte da agenda - A Festa de Vinhos e Queijos - em Resende/RJ. Excelente !
Até o próximo post.
:-)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

PRIMEIRO EMPREGO - TRENS LOTADOS

Continuando a lembrar: 1975

Aqui fica claro, que temos que plantar para depois colher. Estudar, fazer cursos, se preparar.

Nessa época eu ainda não conhecia, muito menos ouvia falar com tanta assiduidade, como hoje, sobre: Teste vocacional, vocação, planejamento pessoal, missão pessoal. Mas, instintivamente e com Deus me conduzindo, acabava seguindo por caminhos interessante, mesmo que não tivesse consciência clara naquele momento.

Deus sempre insistia em "satisfazer os desejos do meu coração." (salmos 37:4b).

Porque desejo de crescer, de prosperar, intelectualmente, profissionalmente, financeiramente; isso eu sempre quis. Mesmo que me taxassem de sonhadora, num tom pejorativo, eu continuava no meu íntimo acalentando aquele sonho. (Acho que por isso minha mãe sempre gritava comigo: "-menina, presta atenção, vive com essa cabeça na lua!" (hahaha). Eu sempre vivencio aquilo que meu coração quer muito. Até hoje é assim.

Então, em 1975:
Completei 18 anos, eu já não me aguentava mais de vontade de sair de Nova Iguaçu, ir trabalhar. Nunca imaginei trabalhar ali, na cidade de Nova Iguaçu, uma cidadezinha do subúrbio. Eu queria ir para o grande centro do Rio

Deus, como se "amarrou" na minha, já havia providenciado tudo. Já contei que minha mãe trabalhava como corretora no loteamento, onde o gerente, Sr. Elbo, se tornou muito amigo de todos nós. Lembram? Pois é, minha mãe falou pra ele que eu estava querendo trabalhar, ele então me mandou fazer um teste no escritório da “A Rural e Colonização S.A.”, ficava na Av. Graça Aranha, 32711º andar. Eu fui, fiz o teste e deu certo. Comecei a trabalhar em 03 de novembro de 1975, como Auxiliar de Escritório, eu ingressara numa "profissão" que eu queria. Naquela época era o máximo, principalmente para o primeiro emprego.

À primeira vista, podem me rotular de: inconstante, volúvel... Não! São adjetivos muito pesados. Na verdade eu acho que estou sempre a procura de algo mais. Sou muito sonhadora e romântica. Daí, facilmente me deslumbro e me jogo inteira. Mas aí quando a "real bate", quando finalmente me vejo dentro da nova situação, de forma realística, então, percebo que ainda, não é aquilo o que estava procurando; é mais a frente. Só que o discernimento não é claro. Como infelizmente não sou pragmática, permito que as emoções continuem tomando posse do meu leme e me conduzindo meio que sem rumo. Mas, preciso ressaltar, enquanto vivo aquele momento, estou inteira, verdadeira. Até, que mais uma vez, ouço: "não é isso, não é esse seu lugar; existe mais e melhor e é o que você quer, o que vai te fazer feliz, que você vai realizar com prazer, com paixão." É em outro lugar que você tem de estar. Só que esse momento mais racional, é desumano, porque não me aponta de forma clara, objetiva a direção certa. Depois de tudo que fiz? Parecia tão legítimo, tão verdadeiro! Onde está essa razão que tanto ouço falar, de pessoas centradas que sabem o que querem? Pois comigo ela não é clara, não me aponta o norte, a direção certa que eu devo tomar. Só SINTO que não é aquilo. E eu... Esse ser estranho...Nunca sei o que fazer! Ate hoje é assim. E sigo buscando o que quero realizar de fato, o que quero deixar de legado; como Ser Humano, como Cidadã, como Mulher, Mãe, Amiga, profissional, enfim, tudo que nós temos obrigação de ser de realizar enquanto nesse mundo estivermos.


O serviço nesse escritório, era todo manual, claro, ainda não tinha computador - PC - Sigla em inglês para Computador Pessoal, - esse que uma boa parte de nós tem. Minha colega de trabalho, a Elsa, irmã do Elbo, imprimia os recibos de pagamento dos lotes, em um grande mimeógrafo, e eu era responsável por carimbar um a um e por em ordem numérica. "Cara!" Eu acordava "cedão" lá na Vila Marina, pegava um ônibus que levava mais ou menos uns trinta minutos; até o centro de Nova Iguaçu, lá pegava um trem que levava aproximadamente uma hora e meia até a Central do Brasil, isso quando o trem não avariava, pegava fogo, e etc...


E tínhamos de descer no meio dos trilhos muitas vezes entre uma estação e outra, pq essas coisas aconteciam antes do trem chegar a uma estação. Que bom se primeiro ele chegasse a uma estação, parasse e nos avisasse pelo alto-falante:
“- Senhores passageiros, por gentileza queiram se encaminhar até a estação onde estará vos aguardando um outro trem para conduzi-los até o seus destinos.” (risos, quer dizer, gargalhadas). É ruim hein?!

O troço acontecia e ninguém sabia o que estava acontecendo. Poderia ser qualquer coisa, tudo, porque quem anda de trem todos os dias; sabe que ali acontece o inimaginável. Eu assisti desde um "simples" furto de carteira, até gente esfaqueada. Agora imaginem isso tudo acontecendo dentro de um trem em movimento e super lotado.
O que nos restava fazer era ficar olhando para o lado de fora, pelas janelas, pelas portas pra ver que tipo de movimento aconteceria para repetirmos.

Imaginem um trem com oito ou nove vagões lotados.

O pobre coitado do maquinista só poderia avisar as pessoas que estavam no primeiro vagão. E nossa turma nunca viajava no primeiro vagão, medo de uma batida entre trens. Aí, a coisa se desenrolava como no famoso telefone sem fio.

Então, por todos esses motivos, eu já chegava no trabalho morta de cansada e com muito sono. E eu sempre fui “boa de cama” (rsrs), adoro dormir. Como tudo que faço, gosto de fazer com intensidade, com prazer. Resultado; acabava cochilando por cima dos recibos, me lembro claramente, acordava assustada por alguém ter se mexido, falado ou entrado na sala de repente.

A Elsa (me manda cartão de natal até hoje). Isso começou cair na rotina, um marasmo... Só tinha pessoas de idade eu era a única com 18 aninhos. Nossa! Suportei até maio de 1976.

A rotina, dessas longas horas dentro de um trem e sempre no mesmo horário; no meu caso de segunda a sexta-feira, a maioria incluia o sábado. Colaboravam para formarem turmas, e na minha turma tinha um guarda de um Banco (não me lembro agora o nome), que me disse que tinha uma vaga e seria aberta para provas, eu corri lá, me inscrevi, fiz a prova de seleção e fiquei aguardando. Eu sempre perguntava ao meu colega pela minha prova e ele me dizia que eu havia sido aprovada e que tinha chance de ser chamada.

De saco cheio do outro emprego, como todo jovem, impaciente, pedi demissão antes do tal banco me chamar. Esperei...