terça-feira, 21 de julho de 2009

LER, VIAGEM PARA DENTRO DA ALMA

É espetacular, o poder da leitura!

Esse exercício nos traz descobertas surpreendentes sobre nós mesmos; pois nos remete ao interior da nossa alma. Nos proporcionando libertação de diversas ignorâncias que carregamos muitas vezes durante anos nos fazendo reféns de "achômetros", ou de diversos tipos de mensagens que se aproveitam da ingenuidade ignorante do desconhecimento.

Stephen Covey - em seu livro: Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes - fala sobre o Espelho social; uma visão deturpada de julgamentos inconsistentes que podem, se permitirmos e não buscarmos mudanças de hábitos, nos transformar em pessoas depressivas, mal amadas, amargas, traumatizadas. Simplesmente por falta de auto-conhecimento; o que creio, que com boas leituras, ajudam a nos descobrir.


Jesus disse: "Amai ao próximo como a ti mesmo."

Como posso amar, ao próximo, se nem tenho compreensão do meu próprio universo? Amar é compreender. Compreender, é entender o estado de alma do outro. E eu compreendo o meu estado, os apelos da minha alma? Sei com clareza por que por vezes estou chateada e nem sei exatamente o que provocou aquele mal estar?

Sei quais os paradigmas tem regido meu comportamento, como reajo em situações de dificuldade, de estresse?

Jesus. Em João 8:32, disse: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."

Para mim, conhecer passa por pesquisar, pesquisar por leitura, leitura de diversos tipos. Da Bíblia a toda e qualquer boa leitura.

Apóstolo Paulo disse: Examinai tudo. Retende o bem - I Tes. 5:21.

Cultuar o hábito da leitura

Segundo Rosana Martins de Souza Araújo, "...ler é adentrar outros mundos possíveis. É questionar a realidade para compreendê-la melhor, é distanciar-se do texto e assumir uma postura crítica frente ao que de fato se diz e ao que se quer dizer, é assumir a cidadania no mundo da cultura escrita".
Através da leitura é possível enriquecer o vocabulário, escrever melhor, desenvolver o senso crítico além de conhecer lugares e novas culturas sem precisar, se quer, sair do lugar. A leitura "bem feita" é um exercício interior capaz de colocar em ação os sentimentos, a imaginação, a memória; é capaz de envolver o leitor em um mundo desconhecido e aproximá-lo daquilo que, com os olhos, não se pode ver.

Extaido do blog: blogando ideias


Meus amigos leitores, como precisamos incentivar nossa gente a aprender a ler. Não. Não estou falando de ser alfabetizado, no sentido de conhecer as letras do alfabeto, junta-las em sílabas e palavras. Não é disso que estou falando. Óbvio, que sem isso não se consegue o que me refiro.

A cada dia em que estou continuamente aprendendo a ler, venho descobrindo e conhecendo que nós seres humanos, somos todos vulneráveis a conflitos existenciais, pois somos todos movidos por nossas emoções que percorrem:
cérebro/razão, coração/reação, alma/sentimento. Caminho esse, por onde as percepções do meio em que vivemos e como montamos nossos paradigmas interferem diretamente no nosso psiquê.

São tantos sentimentos que precisamos aprender a descobrir, lidar com eles. Não permitindo assim, que esles manipulem nossa existência, nossos relacionamentos, não podemos deixá-los nos dominar. Mas, não é nada fácil domá-los! Raíva, amor, ciumes, egoísmo, fraternidade, bondade, piedade, dó, carinho, agressividade, dor, alegria, tristeza, prazer, felicidade, chora-se de alegria, chora-se também de tristeza. De novo preciso me referir ao apóstolo Paulo quando ele foi humanamente transparente em se confessar: Romanos 7:15
- Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.

Deveríamos nos primeiros dias de nascidos estudar: psicologia, filosofia, antropologia, psiquiatria. enfim, tudo que possa nos ajudar entender esse universo desconhecido que é a nossa alma, a nossa existência. Estudamos para ser médico, engenheiro, advogados, professores e não, para sermos gente!

Como entender nossas "nóias" e as dos outros?

Stephen R. Covey, consultor empresarial e escritor de sucesso, obssecado com os hábitos das pessoas bem-sucedidas.

Diz que um dos hábitos, que devemos cultivar para termos vitória interior, ou seja, nos sentir satisfeitos e felizes conosco. é: PRIMEIRO COMPREENDER PARA DEPOIS SER COMPREENDIDO.
Hábito 5: Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido.
"Procurar primeiro compreender implica uma mudança no paradigma, visto que geralmente procuramos que primeiro nos compreendam. Escuta empática é a chave para uma efetiva comunicação. É o foco na aprendizagem de como a outra pessoa vê o mundo, como ela o sente. A essência da escuta empática não está em concordar com alguém; mas sim compreender aquela pessoa profundamente, tanto no plano emocional quanto no intelectual. Depois da sobrevivência física, a maior necessidade humana é a sobrevivência psicológica – ser compreendido, se afirmar, receber incentivo, ser amado.

A segunda parte do hábito está em ser compreendido. Covey utiliza-se de três palavras gregas na seguinte seqüência: ethos, pathos, logos. Ethos é a sua credibilidade emocional ou caráter; pathos é a empatia que você tem comunicando-se com outra pessoa; e logos é a lógica ou a parte pensada da comunicação."
Buscando me compreender, encontrei mais uma semelhança irrefutável com o escritor Fernando Pessoa, ou com o seu heterónimo.

Dia, 26 de junho de 2009, ainda pesquisando sobre Pessoa, encontrei esse poema que não conhecia, e mais uma vez meu coração dispara, minha emoção, sempre, demasiadamente exagerada faz meu coração pulsar como tanta força que sinto as pulsações em minha nuca e uma leve dor d e cabeça. Já companheira antiga e que ainda não tinha me dado conta que era provocada pelas minhas enormes emoções.

Nesse poema, parece que Fernando Pessoa está falando de mim. Hehehe... Era rotulada de preguiçosa por gostar muito de dormir. Será que também rotularam Pessoa como dorminhoco e preguiçoso? Hehe


O Sono

O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim —
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.

O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.

Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono! ...

Álvaro de Campos

(
Álvaro de Campos (1890 - 1935) é um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos
)